Exclusivamente santista – de nascimento e permanência – o grupo Orgone é pulsão de vida na essência da palavra. O grupo nasceu em 11/11/1987 “pelos pés” da então bailarina Claudia Alonso e até 1993 foi estritamente uma escola de dança.
Após formar-se em psicologia e ter sua primeira experiência com dança junto aos egressos do Anchieta sob a batuta do Arte Educador Renato Di Renzo, Claudia percebeu que era daquela forma que realmente exercia a palavra “orgone” (orgon = órgão + one = energia, “pulsão de vida”). Assim, em 1993, Di Renzo assume a condução do grupo dando-lhe a “cara” que é tão conhecida pelos quatro cantos do país: vanguarda – ineditismo – continuidade – vocação e urgência!
O grupo revolucionou a linguagem da dança e do teatro, rompendo barreiras e estigmas por festivais de todo País. Ganhou mais de 100 premiações entre Melhor Figurino, Sonoplastia, Pesquisa de Linguagem, Linguagem Cênica Universal, Melhor Direção, Prêmios Especiais do Júri entre outros. As premiações, em Festivais e Mostras Nacionais e Internacionais, serviram para consolidar uma linguagem bastante peculiar empregada por Di Renzo ao Grupo. Alguns chamam de Teatro-Dança ou Dança-teatro, ou até Teatro Fisico. O diretor costuma dizer que as ações cênicas do Orgone refletem a urgência com que precisamos ver a vida frente a frente, “neste mundo de gratuita estranheza”. Suas obras teatrais são identificáveis pelo primor dos detalhes e pelo foco no ser humano e em suas “coisas” mais comuns, como viver num mundo recheado de estigmas, preconceitos e medos.
A primeira obra que Di Renzo criou para o grupo em 1993 –“Na Sala de Espera do Dr. Sigmund”, rendeu os primeiros prêmios ao grupo e se tornou um marco de linguagem em festivais, já que a “categoria” Teatro Dança ou Dança Teatro ainda não existia. Atualmente todos os festivais de teatro ou dança contam com essa categoria ou similar.
Suas obras já receberam prêmios de melhor figurino, trilha sonora, indicações de melhor atriz e menções honrosas pela pesquisa de linguagem, somando mais de cem premiações em importantes festivais, como:
- Festival Internacional de São José do Rio Preto, em 2001(espetáculo ‘A Palavra do Silêncio’)
- III Festival Internacional de Assunção – Paraguai;
- Festival Nacional de Teatro de Grupo – Santos;
- Festival Passo de Arte;
- Festival Nacional de Teatro Cidade de Guarulhos
- Festival Nova Dança – Sorocaba
- Festival Música Nova
- Festival Águas de Março – Franca
- Festival Santista de Teatro Amador
As peças também já foram apresentadas em projetos de pesquisa que objetivam refletir a arte de vanguarda, como:
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Secretaria de Estado da Cultura/SP
Meu Dentro é o que EscorreProjeto Reflexo de Cenas
SESC/Consolação
Meu Dentro é o que Escorre/ A Palavra do SilêncioProjeto Rumos do Teatro – SESC/Santos
Meu Dentro é o que Escorre/ A Palavra do SilêncioProjeto Estreias e Idéias – SESC/Santos
Exodus
O grupo tem o reconhecimento da crítica, como Carmelinda Guimarães, Alexandre Mate, Denise Del Vecchio, Humberto Sinibaldi, Pamela Duncan, Arnaldo Antunes, Fernando Peixoto, entre outros.
Com uma solidez de quem só põe em cena aquilo que está pesquisado e embasado, Di Renzo caracterizou-se por uma direção por vezes polêmica: “Ele é extremamente rígido, mas uma rigidez que ultrapassa bater-cartão. A rigidez é pra nós mesmos! Ator do Orgone chora, sofre, tem crise existencial, mas sabe exatamente o que está fazendo em cena e está ali com uma ‘galeria’ de conhecimentos vastíssima” – Claudia Alonso que, além de atriz, coordena as produções do grupo. “Eu me orgulho de dizer que sou do Orgone. Toda essa rigidez dá ao grupo credibilidade. Nós não brincamos de fazer arte. Fazemos. Nós não brincamos com a vocação. Ela é séria e deve ser respeitada, levada como um ritual, como parte integrante de nossa vida e cidadania. Não somos adeptos da purpurina por si só, queremos o brilho do ser humano nele mesmo e por ele. Queremos a felicidade das pessoas, mesmo que seja dolorido. Faz parte! É crescente e processual!” – completa.
“Eu ainda sou muito jovem, mas percebo o quanto tudo mudou em, mim. Converso melhor com as pessoas, meus argumentos tem consistência e não me porto mais como uma garota cheia de vontades… Minha maior vontade hoje é revolucionar o mundo fazendo teatro. Revolução para um mundo melhor, sabe?!…” – Mariana Salgado, radiologista, 27 anos.
“É uma questão de opção. Eu optei por isso. Estou no grupo há 15 anos. Trabalho com isso. Sou educadora e multiplicadora. Apesar das dificuldades não trocaria por nada” – Thays Ayres, psicóloga, 33 anos.
“Entrei no grupo adolescente. Hoje estou casada, trabalho, sou Mestre em comunicação… Sempre foi vital para mim. Me faz feliz ter essa história. Hoje eu como com as ações da ONG TAMTAM!” – Andressa Luzirão Mouta, jornalista, 30 anos.
“Tenho buscas intensas dentro de mim em cada processo. Ao mesmo tempo, minha vida mudou… sou mais maduro, tenho olhar mais amplo para tudo. Trabalho, estudo e faço teatro. Sou feliz por isso!” – Genesis Robson, técnico de informática, 25 anos.
“Eu resumo tudo dizendo que o Orgone é minha segunda família e a TAMTAM minha segunda casa. Sou muito melhor hoje por tudo isso.” – Felipe Pancas, gastrônomo, 22 anos.
Na trajetória do Orgone desde a sua fundação, já passaram mais de 5000 alunos.
Todo o trabalho de Arte Cênica do Grupo Orgone é desenvolvido gratuitamente pela Associação Projeto TAMTAM e reconhecido pelo SATED/SP.
Obras encenadas
1992 – Na Sala de Espera do Dr. Sigmund
1997 – As flores de City & Tal
1999 – Meu Dentro é o que Escorre
2000 – Aqueles Dias Vermelhos
2000 – Z, Obra Incompleta… O Processo da Obra
2000 – Projeto Urbanu’s
2001 – Traços & Troças – Elogio à Folia
2001 – A Palavra do Silêncio
2001 – Quem tem Fé… Voa!
2001 – Vidas (Quase) Azuis
2002 – Só(is) amar elos
2003 – Redi Meid Bluiz
2006 – Exodus
2008 – Canalha – Ensaio para Nelson
2011 – Ensayo para dias de chuva
2014 – A tarde ardia com cem sóis
2015 – Refugo – Delicados Descuidos
Teatro Rolidei e suas novelas teatrais: “Herculano Quem Diria, Acabou no Rolidei”; “Vestido para Morrer”, “A Moça Que Veio de Longe” ,”Ai, que Delícia de Guerra” e “Em busca do milhão”.